ANAIS
Prof. Dr. phil. Antonio Alexandre Bispo
A missa exige primordial atenção nos estudos referentes à música sacra. Esses estudos não são de recente data, contando-se com vasta literatura teológica, histórico-religiosa e sacro-musical referentes à missa, também em português. Muitos foram os estudiosos que trataram da missa sob diferentes aspectos, teólogos, historiadores, músicos, particularmente organistas, regentes e cantores. A musicologia conta com grande número de publicações, entre elas aquelas dos mais renomados musicólogos do século XX.
A missa foi um dos principais focos de atenção em estudos musicológicos de orientação cultural desenvolvidos no Brasil desde meados da década de 1960. Esses estudos tiveram continuidade em cooperações euro-brasileiras em nível internacional a partir de 1975. A Missa foi tratada sob diversos aspectos em colóquios, simpósios, seminários e aulas em diversas ocasiões e contextos no Brasil, na Alemanha e no Vaticano. O vir-a-ser e o desenvolvimento dos estudos e o estado das reflexões devem ser relembrados nas suas linhas gerais para um prosseguimento fundamentado e não repetitivo da pesquisa.
Significado
A importância da consideração da missa nos estudos culturais decorre do fato de se tratar de ato de culto de central significado na cultura cristã. Compreendida como sagrada, represenciada e vivenciada regularmente, todos os domingos e dias feriados, e mesmo diariamente, a missa determina a vida religiosa, cultural e social de países de formação cristã como Portugal e o Brasil. A eucaristia não só rememora a útima ceia segundo os relatos nas Escrituras, mas a atualiza como supremo ato sacramental. Diz respeito não somente à história, mas ao presente em complexas relações entre o passado e o presente, entre a memória e a presenciação. A sua consideração nos estudos culturais não pode ser somente histórica. Deve considerar uma complexa integridade de tempo, espaço e matéria, do temporal e do concebido como eterno, da transubstanciação e com ela da convicção e vivência do divino presente e atuante nos dons consagrados.
Constituindo o mistério o âmago do culto, exigindo co-atuação plena, a missa, continuamente celebrada em todos tempos do calendário e da semana, condiciona culturalmente o homem, determina mentalidades e estados psíquicos, visões do mundo, do homem e da história. Em países que foram objetos de missões e processos cristianizadores desencadeados pelos europeus como o Brasil, a missa constituiu desde o início o ato celebrativo primordial na formação de mentes e compreensões da realidade, do ver o invisível no visível, do eterno no temporal.
A missa constitui, também sob o aspecto musical, o âmago da prática musical nas igrejas. Essa constatação diz respeito não só ao Canto Gegoriano, estreitamente ligado à palavra e celebrado como canto litúrgico por excelência e parte integrante da liturgia, como também à imensa produção sacro-musical de compositores de todas as épocas. Entre êles encontram-se aqueles cujos nomes permanecem lembrados como grandes vultos da História da Música, muitos outros, porém cairam no esquecimento. Inumeráveis foram os músicos e mestres-de-capela de igrejas, - mesmo as de pequenas e afastadas localidades da Europa e dos países alcançados pelos europeus - que produziram obras no cumprimento de suas funções. Essa produção musical, na sua diversidade, exige ser considerada nas suas inserções em contextos e em processos históricos, sócio-culturais, religiosos, assim como nass suas relações com a legislação litúrgico-musical.
A missa, como obra musical, passou também a ser executada sem a ação litúrgica, em salas de concerto. Compositores do mais alto renome, sobretudo do século XIX, dedicaram-se à composição de missas como obras de arte. A missa revela-se nas suas dimensões como complexa forma musical decorrente do ato de culto na disposição e sequência de suas partes, na sua estrutura, mas também nos seus sentidos, ainda que executada como obra de arte. A música movimenta os ouvintes interiormente segundo os sentidos intrínsecos de suas partes, do conteúdo dos sentidos dos textos, o transportam a uma celebração virtual em participação interior, emocional e mental. A arte como religião, estudada sob o aspecto da Estética e da história do pensamento e da filosofia, em particular do século XIX, exige considerações mais aprofundadas sob a perspectiva musicológica, uma vez que não diz respeito apenas à percepção estética. Ao represenciar em sons um culto cujo âmago é a transubstanciação e o mistério sacramental refere-se à percepção do imperceptível no perceptível pelos sentidos e sua presenciação.
Desenvolvimento dos estudos
As reflexões referentes à missa sob o aspecto cultural que determinaram os desenvolvimentos remontam aos anos que imediatamente precederam e se seguiram ao Concílio Vaticano II. Elas se inseriram em complexo contexto epocal até então marcado por concepções consideradas como determinantes e inquestionávels, inseridas em tradição cujo marco fora o Motu Proprio de Pio X (1903). A época quie se seguiu ao Concílio foi marcada de forma ambivalente pelo entusiasmo de renovações e por preocupações perante mudanças de critérios e referenciais decorrentes recepção de pronunciamentos e diretrizes eclesiásticas.
Nos anos que precederam o Concílio, os estudos eram baseados sobretudo em artigos publicados em periódicos, salientando-se, entre aqueles mais representativos da tradição restaurativa remontante ao século XIX e ao início do XX, a revista Música Sacra, dirigida por Frei Pedro Sinzig (1876-1952), e a Revista Gregoriana do Instituto Pio X do Rio de Janeiro. O pensamento marcado por concepções de sacralidade na tradição ceciliana italiana em São Paulo era representado por Furio Franceschini (1880-1976), determinando a prática musical catedralícia e o ensino no Seminário Central Arquidiocesano. Outras preocupações e outros critérios marcavam o pensamento e a obra daqueles músicos de igrejas menores e de irmandades, entre muitos outros Andrelino Vieira, natural de Sant’Ana do Parnaíba, compositor e regente, diretor do Conservatório Osvaldo Cruz, autor de uma Missa Brevis oferecida à sua cidade natal e difundida em várias cidades do interior de São Paulo.
A missa passou a ser considerada sob outras perspectivas em decorrência de mudanças litúrgico-musicais desencadeadas pelo Concílio Vaticano na sua recepção no Brasil. As incertezas que se fizeram sentir sobre a configuração musical da missa em época de tensões entre a tradição e a renovação marcaram a preparação da celebração para encerramento de curso do Conservatório Musical Carlos Gomes em 1966. O regente do coral do conservatório, Edgard Arantes, cantor, pesquisador de folclore, era ao mesmo tempo responsável pela prática musical em irmandades, ciente do significado cultural da manutenção de repertórios e práticas tradicionais.
Problemas de Morfologia e Análise
Um problema que de início sempre se levantou foi o de que uma perspectiva científica, - que exige análises em dimensões mais amplas do aque aquela exclusivamente de natureza técnica, estilística - , deve diferenciar-se, em especial no concernente à missa, da análise musical em geral praticada em cursos em conservatórios, escolas superiores de música, voltados à formação de músicos práticos, de instrumentistas, cantores, compositores e regentes.
Em cursos de Formas Musicais - Morfologia - ou de Análise Musical, e em tratados que servem como manuais para esses cursos, a missa foi e é tratada em geral de forma esquematizada, sendo considerada inadequadamente ao lado de outras, como sonata ou suíte. A atenção é dirigida à ordenação de suas partes, sem porém dirigir a atenção de forma mais aprofundada aos sentidos que determina a sua configuração. Procedimentos analíticos e estereotipizações formais que pouco considerem sentidos e as funções das partes componentes no todo, assim como as suas origens e transformações, são insuficientes.
No âmbito do Centro de Pesquisas em Musicologia do movimento Nova Difusão, a missa foi foi tratada a partir de 1968 em círculo dedicado a estudos do Gregoriano e da. música sacra. Conduzidos em cooperação com estudiosos de outras instituições, como aqueles vinculados à Faculdade Sedes Sapientiae, ao Studium Theologicum de Curitiba, o Instituto Pio X do Rio de Janeiro e Collegium Musicum de São Paulo, os estudos desenvolveram-se em época marcada por reformas litúrgico-musicais dos anos pós-conciliares. As mudanças e experimentações constatadas em diversos contextos salientaram o significado da reorientação das atenções a processos nes estudos referentes à missa como preconizado pelo movimento Nova Difusão.
Em nível superior, a missa foi tratada a partir de 1972 no curso de Estruturação Musical da Faculdade de Música e Educação Musical do Instituto Musical de São Paulo. Senco a matéria conduzida em estreitas relações com as áreas de Estética e História da Música, a atenção foi aqui voltada à estrutura interna da.missa no seu vir-a-ser histórico e na suas transformações no decorrer dos tempos em diferentes contextos, em particular em regiões que foram objeto de missões. Os estudos focalizaram em especial São Paulo, sendo encerrados com a realização de uma missa gregoriana com a participação de centenas de estudantes da faculdade na igreja de Santa Ifigênia, em 1973.
Internacionalização
A partir de 1974, os estudos em desenvolvimento no Brasil tiveram prosseguimento em países europeus. Esses estudos foram abertos com uma visita à abadia de Solesmes, França, em fevereiro de 1975, cujos monges, como tinha sido D. Joseph Gajard (1885-1972), já se encontravam há décadas em contato com meios relacionados da música sacra no Brasil. Em Colonia, Alemanha, a problemática analítica referente à missa foi tratada com Herrmann Schröder (1904-1984) com base de livro sobre Formas Musicais de Heinrich Lemacher (1891-1966) e que também tinha elos estreitos com o Brasil, tendo composto uma Missa Santa Cruz, amplamente difundida no Brasil.
Os estudos musicológicos foram sobretudo desenvolvidos com Karl-Gustav Fellerer (1902-1984), principal representante da musicologia alemã e mesmo européia que se dedicou a questões de música sacra. om base nos materiais levantados no Brasil, os estudos foram conduzidos em cooperações com pesquisadores portugueses e alemães, entre êles Cônego José Augusto Alegria (1917-2004) e Maria Augusta Barbosa.
Questões de ordenação da missa
Os estudos desenvolvidos em cooperações euro-brasileiras foram desde o seu início marcados por problemas decorrentes das características do tratamento da missa constatados no Brasil em exames de obras em arquivos ou em levantamentos de acervos particulares.
O problema que se levantou na pesquisa desde os seus primórdios foi a do emprêgo do termo Missa apenas para composições do Kyrie e do Gloria. O Credo, Sanctus , Benedictuse Agnus Dei foram tratados em geral à parte. Muitas vezes o Credo foi composto como obra independente, assim como também o Sanctus, englobando o Sanctus e o Agnus Dei.
Na prática, numa celebração, Kyrie e Gloria de uma determinada obra podiam ser seguidos de Credo e de Santus, Benedictus e Agnus Dei de outras obras. Esse procedimento foi considerado como questionável por alguns músicos, uma vez que possibilita o emprêgo de obras de diferentes estilos, criadas por compositores de diferentes épocas e contextos, o que prejudicaria uma unidade do todo.
Este problema não se daria com obras que compreendem todo o Ordinarium, mas que, na tradição sacro-musical no Brasil, podem ser constatadas antes mais tardiamente no decorrer do século XIX, manifestando já a influência de concepções corretivas de reformas de cunho restaurativo. Esses intuitos, promovidos pelo clero e difundidos sobretudo por ordens religiosas européias atuando no Brasil desde meados desse século e, mais intensamente após a proclamação da república, influenciaram também a produção sacro-musical de mestres vistos como menores, atuantes em irmandades e círculos sociais menos favorecidos. Esse desenvolvimento permite paralelos com o tratamento da Missa como obra de arte por compositores europeus do século XIX, aptas a serem executadas fora de celebrações e que abrangem todas as partes do Ordinarium.
Essa singularidade em designar-se Missa só o Kyrie e o Gloria - e que não é apenas constatável no Brasil - , foi imprecisamente entendida por muitos como correspondendo ao conceito de Missa Brevis. Os exames do repertório, porém, trouxeram à consciência de que o termo de breve deve ser antes compreendido como indicativo do tratamento musical mais conciso das partes da missa em contraste àquele de obras de maior envergadura de missas solenes. Tanto o Ordinarium no seu todo como só o Kyrie e o Gloria na tradição de sua denominação de Missa podem ser breves ou mais amplos e solenes. Em alguns casos, pode-se constatar um tratamento breve, conciso do texto, e, ao mesmo tempo, um caráter solene, sobretudo através do emprêgo de instrumentos que salientam a solenidade.
O uso generalizado da denominação de Missa só para o Kyrie e o Gloria, visto como um desvio da prática ou abuso a ser corrigido por críticos de intentos de reforma restauracionista, não deve ser entendido como sinal de má formação de compositores. Pelo contrário, manifesta um profundo entendimento de sentidos de partes constituintes da missa segundo outros critérios de sua ordenação. A consideração dessa divisão é de fundamental importância para estudos da linguagem musical no tratamento de textos, de suas formas de expressão e da sua função. Elas correspondem à distinção entre a parte inicial, introdutória, aquela da liturgia da palavra e a da liturgia eucarística.
A atenção dedicada pelos compositores ao Kyrie e o Gloria diz respeito a essas partes iniciais, que preparam aquele que os ouvem para pronunciaram, no decorrer da celebração, com convicção e ênfase o Credo.
Explica-se assim o significado extraordinário dado ao Gloria em obras do passado brasileiro. O Gloria, muitas vezes de grandes dimensões, com solos brilhantes, marcou a cultura musical brasileira dos séculos XVIII e XIX, podendo ser considerado como uma das mais importantes e significativas expressões da música do Brasil do passado. Justamente essas dimensões e brilho correspondendo à glorificação e ao louvor nele tratado, foram mal-entendidas e criticadas por observadores estrangeiros de passagem pelo Brasil e pelos religiosos europeus que foram trazidos para o país para implantarem a reforma religiosa restaurativa e reeducativa segundo modêlos do remoto passado tridentino do século do Historismo e da Restauração. Essa falta de compreensão pelas características de composições do Gloria no Brasil depõem contra os agentes desse movimento reacionário nos seus intuitos corretivos e re-educativos nas suas diferentes fases.
As obras levantadas demonstraram que o Kyrie, em geral, era dividido em três partes, havendo intervençcões solísticas no Christe. Diferentemente de obras do repertório europeu então interpretadas pelo Collegium Musicum, não se constatava o uso de fugas no segundo Kyrie, o que era então explicado pela deficiência contrapontística de compositores. O Gloria, de grandes dimensões, era estruturado em muitas partes, tendo como o seu ponto alto o Laudamus, em geral exigindo extraordinárias qualidades vocais do solista, destacando-se também o tratamento solístico do texto o Quoniam. Também aqui, diferentemente de obras do repertório europeu, pouco se constatava a presença de Fuga no Cum Sancto Spiritu. Mesmo se ouvesse a entoação do sacerdote, essa era frequentemente repetida nas composições.
As considerações do Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei, ou seja as partes da liturgia eucarística exigiram outras aproximações. O Credo, com texto recitado de forma mais concisa, apresentava também subdivisões que podiam ser consideradas nas suas relações com os sentidos do texto. As outras partes , o Sanctus, Benedictus e Agnus Dei ofereciam menos possibilidades de análises sistematizadoras. Considerações sobre o tempo surgiam como mais significativas na interpretação e nas subdivisões de textos, assim como na presença de partes solistas.
Esses estudos levantam questões que, para serem esclarecidas, pressupõem a consideração da estrutura da missa e a ordenação de suas partes. Nesses estudos, sempre se parte do Ordinarium e do Proprium como critérios para a compreensão da disposição das partes constituintes da missa. Lembra-se que o Ordinarium abrange partes que se repetem, que são de uso comum ou geral - o Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei - e o Proprium aquelas que dizem expecificamente à data ou contexto celebrado - Introitus, Gradual, (Salmo/Sequencia), Alleluia, Ofertório e Comunhão. Torna-se compreensível, assim, que se encontrem em acervos um maior número de composições de partes do Ordinarium. Compositores, muitos deles mestres de igrejas de pequenas localidades e irmandades, dedicaram-se sobretudo a compor obras que pudessem ser usadas com mais frequência, independentemente da data comemorada. Composições referentes ao Proprium são muito mais raras.
As missas de Souza Pinto
Um dos aspectos tratados com especial atenção no decorrer dos estudos disse respeito ao papel desempenhado pela composição de missas na obra de determinados compositores. Como a produção musical do passado apenas pode ser estudada de forma fragmentária a partir de fontes conservadas em acervos, torna-se difícil reconhecer o pêso dado pelos respectivos compositores ao tratamento musical de textos litúrgicos.
Um caso especial foi o das missas do compositor Souza Pinto, que em grande número foram cultivadas em cidades do vale do Paraíba. Como poucos compositores do século XIX conservou-se todo um conjunto de obras de um mesmo compositor.
Souza Pinto, compositor de Minas Gerais, de ascendência portuguesa, surgia como um vulto insuficientemente estudado na história da música de Minas Gerais e São Paulo, pouco se sabendo a respeito de sua trajetória de vida, mas cuja presença no vale do Paraíba através de suas missas apresentava-se como da mais alta relevância. Souza Pinto surge no repertório sacro-musical de cidades como São Luís do Paraitinga, Lagoinhas e Cunha como compositor de missas por excelência, embora também outras de suas obras tenham sido executadas, como o hino Sacris solemniis.
A existência de várias obras de Souza Pinto permitiram análises de cada obra no todo de sua obra de composição de missas e considerações sobre desenvolvimentos estilísticos e de interpretação de textos. A difusão e mesmo popularidade de suas missas podem ser explicadas pela facilidade de execução de suas partes corais e pelo brilho das partes instrumentais. Os cantores não encontram dificuldade em executar as suas partes, em muitos casos constantes de notas repetidas ou de linhas melódicas de cunho recitado, estreitamente relacionados prosodicamente com o texto. A orquestra, ao contrário, é tratada de forma elaborada, sendo principal agente na expressão de sentidos do texto e de efeitos intencionados nos ouvintes.
A Missa 3 de Souza Pinto, em cópias de 1879, destaca-se pelo extraordinário brilho do Gloria. As partes instrumentais, em particular nas cordas, denotam, na sua movimentação em ascendência na introdução e nos agudos repercutidos o papel relevante que desempenham para os efeitos intencionados de sentimentos de glorificação dos ouvintes.
Desenvolvimentos subsequentes
A atenção passou a ser dirigida mais intensamente aos sentidos teológicos e aos desenvolvimentos históricos das várias partes da missa com a fundação, em 1977, do instituto de Estudos Hinológocps e Etnomusicológicos vinculado à Consociatio Internationalis Musicae Sacra junto jà abadia beneditina de Maria Laach e seu instituto Abt von Herwegen de estudos litúrgicos.
O tratamento musical da Missa nas suas inserções em processos culturais foi um dos principais temas considerados no Simpósio Internacional Música Sacra e Cultura Brasileira, levado a efeito em São Paulo, em 1981, quando então fundou-se a Sociedade Brasileira de Musicologia.
Desde a fundação do Instituto de Estudos da Cultura Musical do Mundo de Língua Portuguesa, em 1985, a atenção foi dirigida ao estudo de fontes de regiões marcadas pelos portugueses. Partindo da consideração da primeira missa no Brasil em 1500, procurou-se levantar dados sobre celebrações de missas na África e na Ásia. A missa foi considerada por ocasião de celebrações que acompanharam a realização de simpósios da série Música Sacra e Cultura Brasileira entre êles em Bonn e Colonia em 1989, no Rio de Janeiro em 1993, em São Paulo em 1998, em 1999 em Colonia e Maria Laach, e em 2002 em São Paulo. A missa foi tratada no curso Música e Religião no Seminário de Musicologia da Universidade de Bonn em 2003.
Os textos considerados neste programa são relatos suscintos de estudos que vem sendo desenvolvidos em âmbito internacional nos últimos 50 anos a partir de fontes levantadas em pesquisas no Brasil desde 1965. Consideram somente alguns de seus aspectos, tratados de forma sumária. Procurm apenas oferecer uma visão geral de questões tratadas em estudos, encontros e colóquios que antecederam defesa de tese apresentada na Universidade de Colonia em 1979 e desenvolvimentos que a ela se seguiram. Neles mencionam-se obras que não puderam ser publicadas devido a restrições quanto a número de páginas impostas para a sua edição alemã. As fontes musicais encontram-se no Brasil, tendo sido tratadas no Exterior a partir de fotocópias. Essas fontes estão sendo estudadas e deverão ser publicadas por pesquisadores vinculados ao centro de estudos que representa o ISMPS e a ABE no Brasil (IBEM). Após a sua publicação, o acervo estará à disposição de outros pesquisadores. No presente, informações sobre o acervo e cópias de materiais não podem ser fornecidas.